Jefferson Hinz • 23 jun 2021 • Autodesk BIM
Pensar em sustentabilidade na construção civil no século 21 já não é mais uma alternativa. Esforços estão sendo aplicados para que cada vez mais, a indústria consumidora de 50 a 75% de todo recurso do planeta deixe de ser um risco e se torne aliada do meio ambiente. Condição essa, que pode ser viabilizada pelo uso da tecnologia.
A modernização das cidades não está mais concentrada nas grandes capitais. Construções de infraestruturas e edificações modernas (como hospitais) já faz parte da realidade de pequenos e médios municípios do Brasil. É inevitável dizer que o setor AEC não seja um membro importante na economia moderna, ranqueado entre os 6 principais motores da nossa economia. A tendência é que o crescimento seja constante desse setor, através das construções de cidades inteligentes. Há uma necessidade de utilização de recursos tecnológicos que visem otimizar e tornar uma simples edificação em um laboratório de testes, e é aí que o BIM se torna o maior aliado da construção civil.
Pouco é associado a construção civil à preservação dos recursos naturais. Mesmo que por muitos anos a linha de trabalho tenha se mantido arcaica, o BIM nos traz a possibilidade de viabilizar alternativas diferentes para os mesmos problemas. Convencionou-se que o espaço físico que fosse utilizado para construção, deve ser completamente alterado pelo bem comum da edificação, porém em um mindset mais tecnológico, o empreendimento se desenvolve de forma harmônica com o meio, não competitiva.
Embora a questão de “ser mais verde” não esteja na lista de prioridades de um empreendedor, com o uso da metodologia BIM, o resultado final, fatidicamente irá de encontro à essa tendência, como um resultado natural.
O BIM é a certeza de produtividade e economia
Partindo da concepção inicial que toda construção faz parte de um processo, ou seja, um ciclo fechado (imagem 1), surge a urgência de aplicar um fluxo de trabalho mais organizado e eficiente, que assegure um resultado final devidamente planejado.
(imagem 1)
O alcance da metodologia BIM não se limita exclusivamente a uma fração do processo, mas sim toda sua extensão. Mesmo que não seja o objetivo central da metodologia a sustentabilidade, faz parte de uma das etapas do processo.
Mas afinal, como seria possível o BIM impactar a sustentabilidade?
Tendo ciência que 32% de todo resíduo do aterro é derivado de construções/demolições e 13% de todos materiais do canteiro de obras vão para aterros sem nenhum uso, é notório que há algum problema de projeto e planejamento.
No uso do BIM para projetos, temos um nível de assertividade e precisão muito próximo da realidade, uma vez que os projetos são baseados em informações dinâmicas e interativas. Quantitativos automáticos, visualização otimizada do empreendimento em 3D, previsão de conflitos interdisciplinares, são alguns dos fatores que impactam diretamente no desperdício de materiais, e que o BIM traz como uma solução.
“Costumava-se dizer que a cada três prédios construídos, um se perdia. Entretanto, recentes estudos desenvolvidos na Escola Politécnica da USP concluíram que as perdas de materiais chegam a 8% e as perdas financeiras, inclusive aquelas relativas a custos de retrabalhos, chegam a 30%. De todo modo, ainda são percentuais consideráveis.”
Dados como este apresentado, são um dos fantasmas que assombram o desenvolvimento tecnológico da construção civil. Não deveria ser comum aceitar 30% dos recursos financeiros sendo desperdiçados exclusivamente por inconsistências de projetos, que causam os temidos retrabalhos. Vale lembrar que o retrabalho é composto de alguns pilares como: desperdício de material, equipamento e maquinário mal subutilizados e mão de obra aplicada em manutenção corretiva.
Contudo, é de bom tom a conscientização do impacto negativo que a indústria da arquitetura, engenharia e construção teve durante sua longa história. Embora seja um setor tradicional, nada impede de tecnologias, como o BIM, virem de encontro com a demanda construtiva, resultando em obras inteligentes, econômicas, seguras e consequentemente, mais sustentáveis. Planejar é a porta, e o BIM é a chave que possibilitará a passagem para essa realidade já palpável.
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