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BIM BR: Estratégia e prática do decreto 10.306

Rafael Costa • 05 set 2022 • Autodesk Revit

BIM BR: Estratégia e prática do decreto 10.306

O modo de construção baseado em informações é um tema que ganhou força nos últimos anos e essa mudança de patamar do mercado está sendo cada vez mais vista e tida como referência. Os Estados Unidos são um exemplo de implementação com sucesso, além de elaborarem a ideia, colocaram em prática rapidamente e desde 2006 há projetos realizados com base nessa metodologia no país. Assim como o Reino Unido, que passou a exigir projetos públicos no segundo nível de BIM desde 2016, o Brasil exige a modelagem em BIM desde 2021 através do decreto 10.306.

A história do Brasil com a exigência de inovação na construção inicia-se em 2019 com o decreto 9.983 que tem por meta criar uma estratégia para a disseminação do BIM, nasce a Estratégia BIM BR que tem como alguns dos objetivos o fomento do mercado financeiro, diminuição de custos aos cofres públicos e disseminação do BIM no Brasil. Partindo do ponto da estratégia criada, em 2 de abril de 2020 foi sancionado o decreto 10.306 que coloca a estratégia em prática, ou seja, exige o uso das tecnologias BIM em construções públicas.

A implementação da estratégia BIM BR é dividida em 3 níveis, são eles:

Nível 1 – Projetos

O primeiro nível de implementação envolve os modelos de projetos de arquitetura, estrutura e instalações, além de, estudo de interferências nos projetos e a documentação gerada por esses processos, esses requisitos devem ser considerados em projetos de arquitetura e engenharia. Dessa forma o BIM 3D é empregado nos modelos de projetos, tendo como maior intuito a diminuição de erros e interferências nos modelos.

O Brasil colocou em prática em 1º de janeiro de 2021 este passo para implementação do BIM, ou seja, o setor público deu o primeiro passo para implantar em massa. As obras privadas, por sua vez, estão avançando em relação a essas metodologias de forma cada vez maior, segundo a pesquisa Mapeamento de Maturidade BIM Brasil, realizada pela Sienge, Grant Thornton e correalizador ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), os indicadores demonstram que 34% das empresas respondentes utilizam metodologias BIM com maior concentração no Sul e Sudeste. Ao atentarmos para as empresas que não adotaram BIM, 90% pretende implementar a metodologia em seu dia a dia, com esses números podemos visualizar da melhor maneira a abrangência que este modo de pensar a construção está tomando no Brasil e repensar sobre as adequações no modo de trabalho para a metodologia do presente.

Nível 2 – Gestão de obras

Este nível de adoção BIM busca inserir os elementos do nível 1, orçamentação e atualizações do modelo virtual de acordo com alterações realizadas no modelo real, de forma a aplicar o conceito de as built nas obras. Essa fase foca em efetivar as dimensões 4D e 5D do BIM nas construções, o objetivo ao aplicar esse nível de maturidade é o melhor planejamento em obras e diminuição dos custos relacionados a edificação. O nível 2 de maturidade BIM está previsto para ser colocado em prática em 1º de janeiro de 2024, este será um marco nos canteiros de obras públicas, uma vez que os benefícios de gestões pautadas no BIM 4D e 5D serão usufruídos por meio das construções enxutas.

Nível 3 – Gestão de manutenção

Nessa fase a implementação é completa, pois acompanha a edificação por todo o ciclo de vida. Este nível adiciona aos níveis anteriores a capacidade de gestão e manutenção das construções executadas em BIM, resumidamente, será aplicado o BIM 7D nos modelos. A sétima dimensão BIM será imposta em 1º de janeiro de 2028, ao atingir esse nível os dados da construção, inclusive o gêmeo digital, serão mantidos em uma mesma plataforma de fácil acesso com o propósito de auxiliar, gerenciar e administrar as manutenções, reformas e possíveis construções adicionais.

É certo que mudanças de paradigmas são complexas, porém o decreto 10.306/2020 é essencial para construção de um futuro que alinhe as tecnologias disponíveis por todo mundo aos objetivos do seu trabalho, seja ele em projetos, obras, manutenção ou até mesmo administração de sua propriedade o Building Information Modeling estará presente.

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Rafael Costa

Rafael Costa

Técnico em Edificações pela ETEC graduando em Engenharia Civil pela Ânima/FMU. Especialista em Projetos de Edificações com foco em BIM, com tecnologias Autodesk na ENG DTP & Multimídia e apaixonado por conhecimento.

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